Crepúsculo

É ao entardecer...

O sol quase oculto no horizonte,

raios ainda refletem

nas águas do rio.

É neste momento que,

no segundo andar, sentada na cadeira,

sem ninguém por perto,

o filme da rude vida, em reprise.

Sempre ao entardecer...

Lagoas e pântanos, povoados de

Jacarés e sucuris esfomeados.

Coaxar de sapos e rãs,

em orquestra delirante.

Mergulho bem fundo.

Submersa em meus pensamentos,

Espelho trincado, que reflete

Crianças correndo na várzea,

vacas, bois, cabras e cabritos

enfileirados, retornando.

Cigarras entoando uma sinfonia no palmeiral.

Olhos umedecem...

Fogo rápido, labaredas ligeiras,

lambem tudo.

Num triste adeus,

cinzas negras, ficam para trás.

Toda essa paisagem

é sempre ao entardecer...

Ao entardecer...

Juraci de Oliveira

Juraci Oliveira
Enviado por Juraci Oliveira em 21/05/2005
Código do texto: T18719