Vivendo apenas

Ando pelo mundo sem rumo, andando apenas...

Lembro-me de velhas tardes, velhos sorrisos,

Lembro-me do que é velho e passageiro...

Tudo era tão simples, calmo e tão traiçoeiro...

Meu presente vaga em momentos indecisos

Vou andando apenas nestas tardes serenas...

Ando por verdes campos, ando tão distante,

Ando ao longe de tudo e de todos por ruas

Novas... Velhas... Curtas... Vãs... Dóceis... Separadas...

A alma presa nas algemas das madrugadas

Árduas... Vazias... Nuas... E sempre cruas!...

Provando o torpor de uma alma livre e errante...

Que não se prende a nada nem a ninguém! Sempre voa

Sem nada explicar, sem remorso, sem dúvidas!...

Dono de si mesmo, do próprio abandono,

Por noites longínquas em que se perde o sono

No fastio das lembranças de paixões perdidas

Sua horrenda voz no dorido vento me ecoa!...

Joselito de Souza Bertoglio
Enviado por Joselito de Souza Bertoglio em 05/12/2009
Código do texto: T1962402
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