VÃO

Foi em vão

um nervosismo sem nome

de gosto amargo

saudade larga

Outras lembranças

deixam em branco

em vão

titubear os gestos

de mãos trêmulas

Trazer de volta

o não, a preocupação

desejos dos outros

cheiros vencidos e descartados

não há razão

Saltar de um lado para outro

o pulso largo firme

Foram em vão

assim como resistir uma tentação

de velhos costumes

de cabelos compridos

Tudo em vão

por uma esperança latente

que um dia

as coisas voltarão

Em vão que

tudo muda, menos o si

o que erra e desvia o chão