Menino esquecido

O menino sozinho,

no meio da multidão

multidão de tantos irmãos,

na casa sem quartos

vivendo no meio da construção,

com tantos irmãos

era sozinho então,

dentro de si era criança

mas era também, obstinação.

Não tinha amigos

ficava quieto, no seu canto

ali na penumbra,

sem chamar

nenhuma atenção,

e no meio de toda essa

vontade de se esconder,

parecia mais visível

ao meu parecer.

Menino quieto,

brincando sozinho

não tinha briquedos

usava as mãos,

fazia uma arte

e acabava sorrindo,

de sua imaginação

Criança pequena,

que a vida provou

fazer dele um pequeno,

mas grande em seu esplendor,

naquele cantinho,

isolado do salão,

era como sua mente via

a casa na imaginação.

Menino peralta,

que cresceu esquecido

lembra de ontem

e volta a ser menino.