Saudades não tem idade

Saudades não tem idade

Eu nasci há muito tempo

quando tinha muito mato, lobo e onça

quando as fábricas eram pequenas

e não tinha tanta geringonça

Naquele tempo existia inocência nas pessoas

domingo era o dia de macarronada com lingüiça

do terninho “passadinho” para ir na missa.

Aquela época era deliciosa, das grandes

Festas juninas

Pé de moleque, rojão, dança quente de quadrilhas

em festas de São João.

Nos bailes de Carnaval com

Confete e Serpentina.

A festa era total, respeito de todo lado

tanto dos meninos, como das meninas

As geladeiras eram brancas e

Em cima tinha pingüins

Os telefones eram pretos e ao lado

Tinha xaxins

Naquele tempo existia as famosas bocas de sino

e em quase todas as igrejas ainda se cantavam hinos

A Rádio que dominava, era a Nacional

As notícias traziam histórias de um mundo normal

Naquela época existia a Ditadura

E o povo ainda tinha vergonha

Não se ouvia falar em crack, nem

Sequer em maconha

Tempo de ir ao cinema

Passear em Ipanema

Valorizar a vida

Sem se preocupar com bala perdida

Que saudades daquele tempo,

tempo da brilhantina, da vida do quero mais

Tempo que entristecido, eu sei que não volta mais!!!