A terra, de novo

Minha terra é minha insônia

Fervura de sonhos esquecidos

Cacos de vidros cheinhos de ternura

A talhar minha língua eternamente

Álbum multicolorido de despedidas e descaminhos

Choros engolidos de agruras ressequidas ao vento

Insistindo em vir à tona a qualquer segundo

O mural paupérrimo de mesquinhez enraizada

Do vil desejo de concatenar o que presumo

Reles gritos no meu texto insosso

Minha terra é meu revide

Minha resposta guardada dos portões que se cerraram ante os meu olhos

Como suprimir essa argila inquebrantável do meu paladar místico e vingativo?

A desforra essencialmente maravilhosa

Vai extinguir essa nódoa de vinho encravada na palidez de minha alma

No destroçar dessa coleira

Amálgama de dor e sabor de ventania

Enterra-se aos poucos a poeira cósmica do meu ócio

E renasce em luzes intensas a agudez meu verso em riste