LEMBRANDO DIAMANTINA

Esbarro numa lembrança,
de uma vida já passada,
onde havia esperança,
de ter tudo e não ter nada.

Pedras e muitas ladeiras
por quantas vezes passei;
visitando as cachoeiras
dos lugares que deixei.

Vidas já foram ceifadas,
de culpados e inocentes
famílias abandonadas,
por corações inclementes.

Cantava ao anoitecer,
dos escravos, as cantigas;
e mesmo sem perceber
eram muito, muito antigas.

Filho que a tudo assistia,
chorava de fazer dó;
comida já não existia
tudo, tudo, virou pó.

Hoje é a terra da seresta,
vesperatas, madrigais;
acolhe todos em festa
de grandiosos festivais.

E lá eu quero voltar,
assim pede o coração;
pisar no mesmo lugar
com aguçada visão.



Ruth Gentil Sivieri
Enviado por Ruth Gentil Sivieri em 12/04/2010
Código do texto: T2192178
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