RECORDAÇÃO ( * )

Lá na casa de meus pais

Aquele monte de fruteiras

Recordo dos tempos da infância

As flores e coqueirais

Ao cair da noite, reunida

No terreiro a conversar

Bem próxima, à Vila da Lapa

Era gostoso admirar

As luzes de lamparina

Nas casas a luminar

E assim, em nosso sitio

Feliz a gente vivia

Nosso lar, um paraíso

Era isso que eu sentia

O que eu achava difícil

Sempre gosto de lembrar

Que o tempo não passava

Ansioso esperava

A Festa da Lapa chegar

Quando a festa chegava

Era grande animação

De carro de bois transportava

Nossa mudança levava

Mobília, lenha, colchões

Para o rancho de palha

Esta era a tradição

Aí, a festa começava

Eram multidões a chegar

De carro de bois, a cavalo

Apenas alguns caminhões

Quanta saudade o tempo traz!

Gente de todas as regiões

A maioria de Goiás

São doces recordações

A antiga capela

Os fiéis em oração

A gruta, a grande serra

As pedras, o paredão

Admirável beleza

São obras do criador

Presente na natureza

Na praça, pequenas ruas

Os jovens em vai e vem

Trocavam seus galanteios

E namoravam também

Assim,que a festa acabava

Dispersava aquele povo

Logo recomeçava a espera

Da próxima festa de novo

Lembro-me também dos colegas

Das nossas brincadeiras

Do futebol na praça

Biquinha, verso torneira

Com o passar dos tempos

Ali, Vazante nasceu

Uma grande descoberta

No seu solo aconteceu

A descoberta despertor

O adormecido gigante

A grande mineração

No subsolo de Vazante.

( * ) A referida poesia é de autoria de ( Manoel da Silveira Corrêa - conhecido em Vazante-MG como: Manoel da Tunica). Disponível em: http://rogerioscorrea.blogspot.com