Chuva de flechas

Um caminho de fumaça seguia a feroz flecha

Que zunia pelo céu cinza e molhado

E mesmo ante a tanta água a flecha

Não perdia o fogo que queimava o gramado

Atrás do escudo em chamas, parecia que chovia

Mais flechas, mais fogo que água

E as máquinas de cerco rangiam

Em todo campo de batalha, fogo, morte e água

O aríete no portão abria a sua pequena brecha

Dos altos e espessos muros chovia

Azeite, pedra, água, fogo e flecha

E chovia muito naquela tarde, e muito chovia