O uivo...

Acordei de manhã, com o uivo zunindo em meu ser.

Fiquei tão estranha com aquele som...

Ele fazia valer seu apelo, e uivava desconcertantemente...

Só cessando ao meio-dia, ele introduzira um martirio.

O martirio da saudade, da recordação, da fuga...

E depois a tardinha ele voltou a lamentar-se...

Com seus uivos, estridentes e melancólicos...

Eu sentada na beira da minha escrivaninha...

Não podia mais ignorá-lo, aliás enaltecê-lo

Era agora mais que um dever...

Afinal, sem o vento, o que seria de nós..

Humanos, seríamos, nada...

Não teríamos nem existência...

Já que não haveria atmosfera...e ar.

Poeticamente, o uivo é tradutor...

Da quimera, e da amargurante...e misteriosa...origem de tudo.

Valéria Guerra
Enviado por Valéria Guerra em 12/07/2010
Código do texto: T2373533
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