Aprender amar os deuses
I
Aprender amar os deuses
na coragem dos avós.
Quero-te aqui
por cima de um palco
na força de uma musica
destas pedras que rolam,
onde a raiva estála
os ossos que a seguram
Corre
corre, corre, corre,
corre sobre vales, montanhas,
cidades sem fim.
Atravêsso rios sem olhar para trás.
Corre sobre o mar,
a civilização segue-me
corre sobre um fio de luz
inerte
numa concha amaldiçoáda.
Corre ímaginação
que libertas todo o ser,
toda a miséria, toda a podridão.
Corre o amor debaixo dos pés
piso e sálto para não magoar.
II
Dá-me um pouco
do teu tempo,
uma alegria que se quer,
uma dor que se esgota
num corpo sem idade.
Um pouco
a tua presença basta.