MEU VELHINHO...

Quando jovem, popular, se apresentava
Sem manias, rabugices que hoje impera
Hoje grito, não me escuta e emburrado
Qual criança se emudece ou vira fera!

Outras vezes, fica quieto, caladinho
Como quem que se isola desse mundo
E olhando seus cabelos, tão branquinhos,
Nos seus olhos, a buscar-me, me aprofundo

Qualquer dia, serei eu, no seu lugar
Me pergunto, quem irá me compreender?
Quem dará a sua mão prá levantar
Esses anos tão pesados de viver?

Encurvado pela luta, quase surdo
Haverei de ali estar numa cadeira
Esperando um "Bom Dia", o dia todo
De alguém que me perceba e que me queira...

Oh, Velhice! Não transforme o meu velhinho
Em um ser, tão revoltado, a toda hora
Dê-me a força da paciência e do carinho
Para que ele, nunca queira ir embora!

Que me queira, bem por perto, a cada passo
Que me busque na conversa corriqueira
E que sinta o prazer do meu abraço
Nessa benção de amá-lo a vida inteira!

 
 
Autoria: GRACILEY VIEIRA ALVES

POETISA DO RECANTO DAS LETRAS E MINHA IRMÃ!