Levado pela vida.

Eu que era menino travesso

E gostava de brincar com a vida

Agora sei como a banda toca

Sei por que a areia é movediça.

Eu que era garoto sem chance

Hoje sou pescador de mentiras

E não posso negar minha idéia

Caso contrario sou esquerdista.

Eu que duvidei de mim mesmo

E busquei resposta quando devia ouvir

Fiz juras de amor que jamais pude provar

Até quando eu chorei, tive vontade de sorrir.

Eu que até ontem acreditava

Ter vários amigos pra confiar

Aprendi que só tenho

Um irmão(mais velho) pra me abraçar

E a este amigo dedico os versos

Que do nada vão se encontrar.

Eu que era criança boba

Nem poderia imaginar

Que a quem eu dei a mão

Um dia iria me derrubar.

Eu que me orgulho de meu orgulho

Não tenho receios de quem se foi

Muito menos de quem ainda se vai,

Respeito meus inimigos

E os amigos muito mais,

O problema são os falsos

Que estampam os jornais.

Eu que fui tão homem quanto Cristo

Que mesmo traído, humilhado e crucificado,

Soube dar perdão aos desesperados

Atenção aos aflitos, água aos sedentos,

Coragem aos pequenos, virtude aos grandes,

Amor aos carentes, e fé aos perdidos.

Eu que mesmo homem simples

Menino, moleque, criança, feto,

Tão pequeno quanto um grão de nada

Perdido no mundo que não pára de girar,

Fui mais do que um poema

Fui um barco sobre o mar.