A centenária casa de meus pais

A centenária casa de meus pais foi,

Depois de muito tempo, reformada.

Ficou mais aconchegante

Uma enorme varanda foi construída

O que nos permite,

Hoje, descansar nas redes

Ali instaladas.

As paredes externas

Na cor verde foram pintadas

(anteriormente o verde da frondosa mangueira

predominava)

Feito meu pai quando esbravejava:

- só quando eu estiver morto cortarão esta árvore!

Coincidentemente, adoeceram juntos,

As folhas, de ambos, secaram, caíram e,

Desnudos, os galhos ao vazio se abraçavam.

Interiormente a cor branca ainda predomina

Na cozinha um balcão ganhou destaque.

E o quartinho anexo, onde as memórias

De meu pai estão represadas

Reduzido virou despensa

Onde são armazenados os víveres

E uma irreformável saudade.

A mangueira já não mais existe.

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