DE PORTO DE GALINHAS AO IPOJUCA
De Porto de Galinhas até Ipojuca
Fomos em uma vãn (muvuca)
Nesta entravam passageiros
O tempo todo com seus luzeiros.
Incessante gritava o cobrador,
Na sua voz, tonalidade e cor:
"Ipojuca, Ipojuca, Ipojuca"
Turista logo "queima a cuca":
Que coisa mais maluca!!!
Pendurado na porta da cumbuca
O trabalhador berra para conquistar
Clientes e com isso então lucrar.
Amontoa-se, expreme-se
Ninguém fica de fora
Nem bem chega e vai embora.
Reflete um sujeito ao ver tais realidades
Sobre as injustiças que reinam nestas cidades.
"Povo simples, humilde, cordial
Vivem as dores da desigualdade social".
Pela janela da condução
Os motivos de tamanha indignação:
"Canaviais! Canaviais! Canaviais!"
Desrespeitam os rios, as pessoas, triviais.
Dominado, castigado, explorado, calado [...]
Fazem de tudo para manter o povo alienado.
Desta contemplação
Uma conclusão:
Mais de quinhentos anos se passaram
E as injustiças não se alteraram
O povo continua sofredor
Escravos de sua dor
Defendendo a ideologia de seu senhor
Escraviza-se ainda mais o trabalhador.
Tudo aconteceu a muito tempo
Mas como o vento, neste momento
Parece que foi ontem, permanece
Pela transformação encaminhemos nossa prece.