DE PORTO DE GALINHAS AO IPOJUCA

De Porto de Galinhas até Ipojuca

Fomos em uma vãn (muvuca)

Nesta entravam passageiros

O tempo todo com seus luzeiros.

Incessante gritava o cobrador,

Na sua voz, tonalidade e cor:

"Ipojuca, Ipojuca, Ipojuca"

Turista logo "queima a cuca":

Que coisa mais maluca!!!

Pendurado na porta da cumbuca

O trabalhador berra para conquistar

Clientes e com isso então lucrar.

Amontoa-se, expreme-se

Ninguém fica de fora

Nem bem chega e vai embora.

Reflete um sujeito ao ver tais realidades

Sobre as injustiças que reinam nestas cidades.

"Povo simples, humilde, cordial

Vivem as dores da desigualdade social".

Pela janela da condução

Os motivos de tamanha indignação:

"Canaviais! Canaviais! Canaviais!"

Desrespeitam os rios, as pessoas, triviais.

Dominado, castigado, explorado, calado [...]

Fazem de tudo para manter o povo alienado.

Desta contemplação

Uma conclusão:

Mais de quinhentos anos se passaram

E as injustiças não se alteraram

O povo continua sofredor

Escravos de sua dor

Defendendo a ideologia de seu senhor

Escraviza-se ainda mais o trabalhador.

Tudo aconteceu a muito tempo

Mas como o vento, neste momento

Parece que foi ontem, permanece

Pela transformação encaminhemos nossa prece.

SolguaraSol
Enviado por SolguaraSol em 28/11/2010
Código do texto: T2641302