A REDE DA VOVÓ

Tac, tac, balança a rede,

Eu deitado tão menino,

Rede presa na parede,

Rede, enreda o destino!

Pendurei os meus sonhos,

Devaneios de criança,

Que tantas vezes tristonhos

De morte sem esperança.

Na casa da minha avó,

Os doces, o caldo, o vinho,

Quando me sentia só,

Lá eu não estava sozinho.

A rede que tanto balança,

Embalando o meu sonhar,

Voejara a minha confiança

No sono da rede embalar.

E se assim menino eu era,

Adultos sem compaixão,

Pois queriam numa esfera

Que eu visse a escuridão.

Era a rede, era o menino,

Era o sonho, era o futuro,

Era a criança, era ladino,

Era precoce e maduro.

Dorme, menino, na rede,

Sonha que eterno é o amor !

Na margem do rio sem sede,

No sonho, encontrara uma flor.

(YEHORAM)

YEHORAM BARUCH HABIBI
Enviado por YEHORAM BARUCH HABIBI em 07/02/2011
Reeditado em 08/02/2011
Código do texto: T2778340
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