LARGO DA PALMA

Tarde de sábado...

O silêncio mistura-se ao passado

Que ainda vive na simplicidade dos casarios

A mais pura e doce harmonia...

A preguiça das ladeiras ...

O acanhamento das calçadas...

Tudo são marcas de outrora...

Por essas ladeiras negros subiram e desceram como burros

/maltratados...

No vai-e-vem de sofrer e cansaço, pisando nestas pedras em pés

/descalços...

Brotaram calos e mais calos e sangue nós pés e alma...

Quanta injustiça!...

Observe em sua volta...

Observe com carinho...

De um lado, Roma ergue-se envergonhada...

D'outro, o Instituto de Letras caindo aos pedaços...

Entrega-se a velhice em desespero...

Além, lá no alto, lá em baixo, puteiros desmoronam-se em prantos...

É a antítese da vida...

Humanos abandonados...

Desamor...

Luxúria...

Encantos...

Desencantos...

Aqui, no barzinho da esquina...

Tudo se confunde...

Samba...

Cachaça...

Roma...

Bichas...

Lésbicas...

Capitalistas...

Senhoras...

E Putas...

evangelista da silva
Enviado por evangelista da silva em 25/02/2011
Reeditado em 25/02/2011
Código do texto: T2813402