Lembranças de Poeta

* a Travessa Tuyuty*

É noite. E a travessa está deserta !

E as luzes das casas restam apagadas,

Com seu vagar, caminha o poeta,

Buscando a sua casa encontrar.

O silencio lhe faz sentir medo...

O que tem o poeta a temer ?

Das janelas que do nada vão se abrir,

Das pessoas que lhe podem ver...

Ou algum segredo seu que podem descobrir?

Isso é bobagem! Ele não guarda um segredo.

E passando na frente do número vinte e dois,

Olha pras janelas do seu antigo apartamento,

E de sua infância começa recordar,

E segue até a esquina, onde atravessa.

De repente no tempo sua alma se transporta,

Pra o passado, e lá está à mesma travessa.

E percebe que mudou a paisagem .

Por instantes de tudo pôde esquecer...

Volta aos seus tempos de criança!

O cenário outra vez se transforma,

O poeta está de volta ao presente,

Vê a rua sossegada e olha no velho relógio,

E diz com espanto: Duas horas da madrugada.

Ruma ao prédio trinta e cinco

E silenciosamente abre o portão,

Diante da porta coloca a mão no trinco

Finalmente o poeta encontrou sua morada.

Carlos Boscacci
Enviado por Carlos Boscacci em 04/11/2006
Código do texto: T281879
Classificação de conteúdo: seguro