Lembranças de Poeta
’
* a Travessa Tuyuty*
É noite. E a travessa está deserta !
E as luzes das casas restam apagadas,
Com seu vagar, caminha o poeta,
Buscando a sua casa encontrar.
O silencio lhe faz sentir medo...
O que tem o poeta a temer ?
Das janelas que do nada vão se abrir,
Das pessoas que lhe podem ver...
Ou algum segredo seu que podem descobrir?
Isso é bobagem! Ele não guarda um segredo.
E passando na frente do número vinte e dois,
Olha pras janelas do seu antigo apartamento,
E de sua infância começa recordar,
E segue até a esquina, onde atravessa.
De repente no tempo sua alma se transporta,
Pra o passado, e lá está à mesma travessa.
E percebe que mudou a paisagem .
Por instantes de tudo pôde esquecer...
Volta aos seus tempos de criança!
O cenário outra vez se transforma,
O poeta está de volta ao presente,
Vê a rua sossegada e olha no velho relógio,
E diz com espanto: Duas horas da madrugada.
Ruma ao prédio trinta e cinco
E silenciosamente abre o portão,
Diante da porta coloca a mão no trinco
Finalmente o poeta encontrou sua morada.