SÓRDIDAS LEMBRANÇAS...

Vejo-me ainda
neste calabouço escuro,
mergulhada em fúnebres pensamentos;
o peito esmagado
pelo peso do teu desprezo...

São sórdidas lembranças
que me arrastadam
pelos vendavais hediondos,
daquela torpe despedida...

No mais cruel abandono,
sem piedade,
num urro colossal,
perco tua face da memória...

Dispo-me dos trapos do passado,
inúteis, puidos, diluidos
pelo tempo, quase fluidos...
Meus pensamentos tristonhos,
amarelados, esmaecidos...

Restos de um amor rançoso, bolorento,
Impregnado ainda,
deste teu desprezível ato
de crueldade e desamor
!

Olá Nana... seus versos, sempre tão encantadores, me inspiraram nessa

*TRANSMUTAÇÃO* 
                              Luiz Vila Flor                    
Ah, pobre alma! 
Vejo-a tão desprotegida,
Tão oprimida pelos medos
Vindos em horríveis pensamentos.

Vejo-a tão desesperançada,
Tão pisoteada por tacões
Calçados por pérfidos amantes. 

Que tal um salto no escuro?
Que tal uma aventura no desconhecido?
Talvez, desse modo, te erga! 
Ah, doce alma!

Eu que a conheci viçosa, 
Reinando soberana entre homens,
Que descartava assim, assim. 

Eu que a senti em ebulição,
Gozando, tão alucinada, 
Cavalgando feroz sobre mim. 

Agora a encontro assim,
Estrapilha, delirante, caótica, 
Panda de tantas inquietações. 

Ah, nova alma! 
Seja bem vinda à vida! 
Seja presença de luz e calor 
Em nossas almas querentes.

Venha formosa e serena,
Encantar nossos dias 
E iluminar nossas noites. 

Enfim, renasça dos trapos
Numa plena metamorfose,
Convertida em um novo ser.

... um sábado todo iluminado e um beijo afetuoso para ti...



Nana Okida
Enviado por Nana Okida em 21/04/2011
Reeditado em 25/04/2011
Código do texto: T2921553