DESAPARECENDO

E tu inda nordeste, cujo teu sol me fala,

Falaste-me no silêncio do teu trabalho,

Falam os teus olhos, mas o lábio cala,

E vais tentando de galho em galho.

A cigarra desaparece do sertão,

Os vagalumes apagaram os seus lumes;

O profeta tem obscuro coração,

Energúmenos surgem dos negrumes.

As áridas terras do teu nordeste

Já não me esperam, já não me clamam,

Os versos compostos no agreste

Já não são flores, já não me amam.

Eu vejo o fim, vejo o futuro,

Vejo as chamas fracas, minguadas,

Como a vela apagada no escuro

É o amor das faces embotadas.

(YEHORAM)

YEHORAM BARUCH HABIBI
Enviado por YEHORAM BARUCH HABIBI em 16/05/2011
Reeditado em 17/05/2011
Código do texto: T2974433
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