COMPANHIA CIRCENSE

Na rua alarido estridente.

Carro com alto-falante aos berros:

“cinco dias na cidade ficaremos

venham e vejam.

palhaços,

trapezistas,

malabaristas

e tudo o mais

que a

Companhia Atrapalhada

oferece!”

Fui à janela ver a algazarra.

Regredi

À velha varanda

Da casa velha

Aonde do alpendre

Eu e meu irmão

Contemplávamos a rua

Quando outrora outros desfiles havia.

Tinha jaulas de bicho

E palhaçadas engraçadas.

Ríamos achando que éramos

Os donos do tempo.

O barulho foi minguando

Como diminuta ficou a graça.

As propagandas da estadia do circo

Não têm mais tanta alegria

E nem eu mais de meu irmão a companhia.

Restou somente eu

Como último palhaço

Para o tempo fazer pilhérias.

L.L. Bcena, 27/01/2011

POEMA 251 – CADERNO: CHEGADA NO PORTO.

Leonardo Lisbôa
Enviado por Leonardo Lisbôa em 22/06/2011
Reeditado em 22/06/2011
Código do texto: T3050399
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