Vontade doída . . .

Vontade doída . . .

Sinto vontade de gritar,

Berrar,

Ao mundo inteiro

Como se eu pudesse,

Sem os ouvidos ferir.

Tenho vontade de partir,

Esconder-me,

Da minha realidade

E da vida .

Muitas formas de fugir eu teria,

Mais como as realizar,

Como se eu soubesse,

Ou mesmo tivesse um local sequer

Para onde ir.

De ir,

Voltar,

De sair .

As asas do meu destino

Foram aos poucos

Sendo domadas, dominadas,

Pelas forças do vento !

Neste momento

Pronto a enfrentar o infinito,

Me coloquei em meu caminho .

O meu universo mais sonhado

Parecia tão distante,

Porém ao pensar em você

Ficava muito perto .

Duas sensações

Dois destinos,

Duas decisões,

Tão longe e,

Tão próximo,

Qual das duas deveria seguir

Para ir ao teu encontro!

As ondas do tempo,

Envolvem-me .

Me levam a varrer desta vida

As areias de nossa alegria,

Apagando marcas frescas,

Que denotam o nosso sentimento .

Nossas vidas remontadas

Pareciam que estavam monitoradas

Sendo passadas como num filme

Mais triste que alegre

Da nossa história recente .

Anjos povoaram meus sonhos

Por vezes em delicadas vagas,

Em serenas coreografias

Encenadas com o bater destas asas

Em outras horas

Pareciam um turbilhão

Um momento de desavenças

Que nos confundia a mente.

Como explicar a força,

Que nos levanta

Que nos anima,

Que nos arrasta

Que nos faz seguir adiante,

Quando o que queremos em verdade,

Em nossos caminhos

São a consciência do ontem

A certeza do hoje

E o prazer a ser vivido no amanhã .

Em visões reais

Sinto o vento forte

Uma brisa exagerada

Mais ao mesmo tempo suave

A nos presentear em nossos ouvidos

Com a linda sinfonia do amor .

Torno-me

Com o passar do tempo

Escravo das nossas recordações,

Dominado pelos nossos destinos traçados,

Angustiado pelas nossas alegrias vividas

Amargurado por nossas tristezas presentes

E maltratado pelas peças

Pregadas em nossos sentidos .

Tento reviver,

Andando sempre e sempre

Seguindo o caminho da recuperação .

Mais nos percalços desses caminhos

Os calafrios da solidão

São tão reais

Quanto os meus agora

Que teimam em reacender sentimentos

Tão ociosamente guardados .

Lembranças, vividas e passadas

Se fazem vivas,

Tornam-se presentes .

Minha vontade cresce,

Minha vontade de você aumenta

Ao ouvir e saudar

Com o tilintar das árvores

O seu nome em minha vida

Nos ecos saudosos de outrora .

A que vontade

De reviver o passado

A que vontade

De ver você em meu lado

A que vontade

A que vontade . . .