Ruas de Minha Vida

Como em sonho lembro a de minha infância:

A casa simples de porta e janela

Muitas árvores no passeio.

Os galhos caídos pela calçada sofriam

O efeito da poda no inverno.

Com eles brincávamos até o crepúsculo cor-de-rosa.

Entretidos pela alegria a ocupar mãos e peito.

No domingo, a esperada ida à Rua da Praia

Era algo supimpa, e a família

De mãos dadas, buscava as vitrines multicoloridas.

Caminhando pela Independência até a Andradas,

Sem susto, sem medo.

E de que teríamos receio?

Ladrões arrombavam ricas mansões,

Não nós, pobres mal vestidos,

Basbaques admirando uma profusão de cores.

A novidade por entretenimento.

Alegres pelo simples estar juntos.

A cidade acolhia e a rua representava

O espetáculo das formas, das nuances.

Promessa em elipse para o futuro.

E hoje restam lembranças e a pergunta:

O que nos aconteceu?

Marluiza
Enviado por Marluiza em 10/10/2011
Reeditado em 10/10/2011
Código do texto: T3267542