Eterna Saudade


Há alguns anos atrás, encontrei uma menina,
Muito jovem, bela, em soslaios eu e ela; ela...
Não sei por que desapareceu a bela moçoila!
Nunca soube o motivo do seu desaparecimento...
Um dia passou a minha frente triste e cabisbaixa...
Senti que se desviou de mim, pôs uma faixa
Entre o sentimento e a queixa; olhar de Zoila.
Um olhar distante que eu nunca vira; safira
Que emoldura dedos e colos; Lindos olhos;
Cálido olhar mortífero; fera de visão suicida...
Encontrei, mas não dialogamos o passado...
Eu e ela estamos de outro lado; calados ficamos,
E continuamos, pois a palavra não nos alcança.
Onde estão aqueles lábios lindos e fogosos?
Mimosos argumentos que me deixavam ébrio!
Um sorriso, um soslaio, um lacaio, um servo...
E nós, na janela... Ainda me lembro de quando
Jogando, à meia-noite, um baralho, um buraco...
De repente, agente correu: era um parto, corri...
E você ficou esperando. O meu coração batia forte!
Pensava em você só... A dor era maior do que eu!
Meu corpo pedia você. Tremia por você e você
Não sentia, não via. Só ria. Ria do meu desejo...
Até hoje a vejo bela, pernas lisas, sensuais...
E eu as querendo, desejando-as mais, e mais...
Pernas lisas, ancas gostosas, idade temerosa...
Só não lhe arranquei do seio de sua família,
Pois era mais velho, e você caberia minha filha!
Mas por que o destino mostrou-me, novamente,
Seu corpo mais velho e mais belo? Não sei!
Não sei, mesmo. Só você, querida amiga, poderá
Dizer; só você um dia, quando me ver morrer,
Poderá falar a verdade: por que me fez nascer?
 
Ubirajara Sá
Enviado por Ubirajara Sá em 13/12/2011
Reeditado em 13/07/2015
Código do texto: T3386842
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