PROFISSÕES EM EXTINÇÃO
PROFISSÕES EM EXTINÇÃO
Que saudades das telefonistas
Que nos ligavam ao mundo
Através de sua voz de artistas
Substituídas por teclas autistas
Que saudades dos alfaiates
Que nos vestiam com elegância
Permitindo discordância
E no trajar haver embates
Que saudades dos engraxates
Que nos lustravam os pisantes
Chamando a atenção dos passantes
E para a autoestima um resgate
Que saudades dos ascensoristas
Que nos erguiam do chão
E nos davam toda a informação
Da qual só tínhamos pistas
Era um tempo diferente
Mais tranquilo e mais gente
Em que a mais simples profissão
Era de grande importância e profusão
Hoje é um apertar de botões
Gondolas de roupas aos montões
Acabaram-se essas pequenas exceções
Que nos eram permitidas por essas profissões