PROFISSÕES EM EXTINÇÃO II

PROFISSÕES EM EXTINÇÃO II

Que saudades dos lanterninhas

Que com sua luzinha

Impedia o beijo roubado

Da namorada sentada ao lado

Que saudades do Seo Manoel

Do armazém da esquina

Que vendia tudo em tina

E que fazia a conta em papel

Que saudades do realejo

Que vendia ilusões

Com seu periquito ensinado

A mexer com corações

Que saudades dos sapateiros

Que consertavam os furos da sola

Do meu Vulcabrás da escola

E me faziam lampeiro

Que saudades do lambe-lambe

Que tirava retratos

Muito, muito baratos

E que na praça com sua imagem

Ficavam fazendo parte da paisagem

Aguardem sem ansiedade

Que logo surgirão

Frutos da modernidade

Muito mais versos

Sobre atividades em extinção

Arnaldo Ferreira
Enviado por Arnaldo Ferreira em 13/02/2012
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