Bela infância, bom dia da adultice

Torna-me velho esta sua juventude,

que alcança grande amplitude,

e esta tua alegria

que me causa, vezes, espantosa nostalgia.

Tua agitação me leva-

pois com ela fazes tudo, até neva-

para descobrir pontos da vida

que até então achei que fossem só de ida.

Às vezes até espanta-me este jeito saltitante,

comparado ao meu, de velho andante.

Suas palavras são mais doces, ingênuas,

e tua ideias, aos teus olhos, mais gênias.

Mas o melhor de tudo é teu tempo,

tempo que não passa, é passatempo,

tempo que sempre dura, interminável,

assim como tua felicidade que é incontestável.

Aproveite o tempo que nunca acaba

e tua força que nunca desaba.

Virá hora em que o tempo rápido passará

e tua força, agora, pouco te ajudará.

Contudo, serás grande,

serás teu próprio comandante.

Os momentos serão únicos

e os sonhos talvez não tão lúdicos.

Não pense que te desmotivo,

entretanto teu pensamento mudará de sentido.

Creio que nada verás,

nem ouvirás, nem sentirás.

A adultice vem de mansinho,

pega-te de jeitinho.

A adultice não é um ser mal,

ao contrário, é algo sem igual.

Porém, como tem que ocorrer:

quando criança tem-se vontade de crescer

e quando adulto tem-se ânsia

de voltar à nossa bela infância.

Eduardo D
Enviado por Eduardo D em 18/03/2012
Reeditado em 18/03/2012
Código do texto: T3560806
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