O Primeiro Amor



Sinto muita saudade do bom tempo,
De menina magrela, no rolemã...
Descendo ladeira, num bom evento
Que em cada momento tinha um novo elã.

Tudo belo, tarde fresca no jardim,
Perna e cotovelos exibem o vermelho
Adquirido no empório da rua, enfim,
Entre moços e moças, sem senho.

A brincadeira acabou, surgem beijos,
Passeios de mãos dadas, enlaçadas
Com eles também os desejos, anseios.
E... muita, muita criançada.

O tempo passou, a criança mudou;
Os cabelos ficaram, ralos, grisalhos,
Mas o primeiro amor não desamou.
É, a cada dia, abençoado orvalho.