POEIRAS DO CORAÇÃO
Poeiras do Coração
Roze Alves
Hoje é dia de abrir os baús
tirar o pó dos meus escritos,
alguns manchados por lágrimas
que caíram outrora,
sinto-as ressurgindo quando as toco
com meus dedos hoje não tão trêmulos
Já chorei tanto por amor...
Quando era amada, quando abandonada
Hoje não chego a achar graça disso, mas
não me incomoda tanto.
A juventude nos joga sempre no poço,
mas um poço infindável, sempre afundamos.
Hoje mais madura, ainda choro,
ainda sou amada e também abandonada,
mas meu poço ganhou um fundo,
a água evaporou um pouco, já não me afogo.
Sopro mais um escrito, sorrio enlevada,
mas dele falarei em um outro dia.
Amanhecer-M
RJ: 02/05/2012