De onde vim?

Eu era duas células apenas,

Hoje nem sei quantas,

Essas células se conheceram

Através do alcoviteiro Senhor Amor.

Resolveram celebrar o casamento

Na Catedral do Útero Materno

E surge o maior acerto da criação:

Nasce uma pessoa!

Serzinho bochechudo

Cheio de dobrinhas, gordinho

Só dormia, sujava fraldas,

Mamar era sua felicidade.

Aprendeu a engatinhar

Chorar já sabia desde sempre

Falou primeiro “mãmã”

Foneticamente mais fácil.

Começou a andar e falar

As mulheres adoravam

A covinha do queixo dele

Algumas queriam até casar com ele!

Foi para a escola

Não gostou e não gosta

Fez os primeiros amiguinhos

Começou a aprender o que é sofrer.

Sempre gostou de desenhar

O sol

Mas carro era sua paixão

E seu pai desenhava com ele.

Aprendeu a andar de bicicleta

Futebol parece que já sabia

Mas curtia mesmo

Futebol de botão.

Não se sabe de onde

Essa coisinha tirava

Tanta energia!

Onde é o botão liga/desliga?

Virou adolescente

Ou seria aborrecente?

Sei lá! Daí em diante

Dizem, perdeu a graça.

E todos lembram com saudade

Da coisa mais encantadora

Que nele existiu:

Um sorriso de criança.

Carlos H F Gomes
Enviado por Carlos H F Gomes em 16/02/2007
Reeditado em 16/02/2007
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