MUSICANDO LEMBRANÇAS

MUSICANDO LEMBRANÇAS

Arranhando as cordas de um violão,

lembro de coisas que já passei na vida.

Vejo-me na cama, ainda criança,

adormecendo ao som de cantigas populares.

Percebo como era dócil a minha mente infantil,

como se o rancor ainda não tivesse sido inventado.

Conforme o passado vem vindo como um filme na minha cabeça,

vou sentindo que dedilho as cordas do instrumento com mais tensão.

Lá estou eu novamente, agora já com espinhas ao redor do rosto,

um rascunho de barba já se faz presente.

Época em que eu visava mais o estilo do que qualquer outra coisa.

Axel Rose era o rei do meu mundo.

De repente, o som não era mais de um violão,

mas sim de uma guitarra com ampla distorção.

Distorção que pesa minha consciência,

trazendo-me átona, lembranças repletas de tristeza.

Lembro-me da dor da perda de alguns amigos,

das lagrimas sofridas pela ausência de outros.

Ainda guardo na memória os sonhos impossíveis,

as coisas que queria ter, mas não tive.

Ploft!...A cada lembrança ruim,

uma corda da guitarra se rompe.

Então, em minhas mãos surge um cavaco,

com seu som estridente, porém aconchegante.

Meus pensamentos mudam da água para o vinho.

Recordo-me de como aproveitei bem cada momento,

cada dom, cada oportunidade.

Orgulho-me em ter gerado grandes frutos,

de ter ajudado ao próximo.

Lembro então que sou brasileiro, e daí me sinto bem

sabendo que no Brasil tudo acaba em samba.

Copyright 2007 by Gus Stanley Todos os direitos reservados ao autor

Gus Stanley
Enviado por Gus Stanley em 19/02/2007
Reeditado em 29/11/2007
Código do texto: T386341