Cotidianíssimo

Domingo cotidianíssimo.

Muito bom. Por vezes, lembra, rapidamente, o domingo da infância.

Quando o domingo era do pé-do-caximbo.

Domingo cotidianíssimo,

Moldura do hoje que,

depois de tanto correr em meio ao tempo,

- que corre mais que eu - e,

correndo me atravessa e deixa marcas.

O ligeiro tempo,

me agarra e não me deixa acompanhá-lo,

para das suas marcas escapar.

Depois de tanto correr em meio ao tempo,

que corre mais que eu.

Paro, por um dia.

- Uffa, que bom!

Domingo cotidianíssimo.

Passo a vassoura na sala.

Ouço o som... e, sinto o cheiro,

da carne assando na cozinha.

Enquanto faço e sinto essa coisas,

em meio o sol amarelo,

que entra pela fresta da porta,

pela janela,

e, atravessa as vidraças.

Quase volto aos domingos, da juventude.

Quando as meninas corriam, pulavam.

E, o burburinho de seus passos e,

de suas vozes pululando,

enchiam de alegria os meus olhos e ouvidos.

E o meu coração.

Hoje, manhãs de domingo,

cotidianas, apenas.

Mas nunca, manhãs melancólicas,

como nas casas imaginadas pelo Chico,

em "gente humilde".

Manhãs de domingo,

alegres, coloridas,

pleasent mornings,

como no poema de Vinícius,

“as borboletas".

Minhas manhãs,

De domingo.

- da infância, da juventude, de hoje,

Tão cotidianas,

Mas, tão minhas.

Francisca de Assis Rocha Alves
Enviado por Francisca de Assis Rocha Alves em 01/12/2012
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