FLOR DO CAMPO

Há flores que nascem nos campos e crescem,
precisando, tão somente,
de chuva e da luz do sol. E persistem.
Nunca podadas, adubadas ou regadas
são lindas, exuberantes, resistentes.
E vêmo-las felizes, só por serem flores.
Não se sentem rejeitadas, apesar de não cuidadas,
pois nasceram pra ser flores, nada mais queriam ter.

Assim também nasceu o amor sozinho,
nunca sonhado, vivido ou pelo amante amado.
Cresceu lindo, exuberante e resistente,
pois nasceu só para amar alguém e não ser dado.
Chegou a ser feliz, sendo sozinho amor.

Um dia, lindamente procurou o ser amado...
mas sentiu-se não cuidado, isolado
e voltou para o seu dono coração,
àquele que o gerou e do qual é alimento
e que pulsa por saber que o amor existe,
pela água e pela luz do grande sol,
inda que triste,
mas resiste...
como a flor.

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Poeta WALDY WÜRDIG, eu estou muitíssimo honrada e te sou igualmente grata pela belíssima homenagem transcrita abaixo, que a tua modéstia classifica como “simples e pequena”, mas o meu juízo entende como comovente e imerecida:
 

 


"PARA ODETE, A POETISA DAS FLORES

 

Gosto das flores enfeitando os versos.
Gosto dos botões de flores dispersos
Nas estruturas dos trabalhos dela...
Gosto da imagem lírica florida,
Como sendo paisagem esculpida
De uma poesia com jeito de aquarela.
 
Entre suas rimas enlevado giro
E todos seus perfumes eu respiro,
Como em trânsito pelas suas flores.
Cada verso é um frasco perfumado,
Exalando cheiro para todo lado,
Nas imaginações de seus leitores.
 
Gosto, e tenho prazer em confessá-lo.
Por isso, reiteradamente falo
De seu modo singular e perfeito.
Gosto, mas este é um gostar comum,
Este prazer existe em qualquer um
Que traz a Lira cravada em seu peito.
 
Lendo-a, meu gozo se retroalimenta
Na palavra sutil que se reinventa
E se completa, definindo o tema.
Como em floral plantado em cada esquina,
Em cada estrofe a brisa matutina
Rega e perfila a beleza do poema.
 
Os seus versos vão assim sendo escritos,
ao sabor dos "arranjos" mais bonitos,
em um quadro de cores vaporosas.
Cada palavra é um potencial botão
De uma flor que nasce da inspiração
E se mostra em pétalas fulgurosas.
 
Mas eis que a Poetisa seu poema finda,
(inda bem que de forma muito linda!),
E de saciar-nos, neste ato, desiste.
Um suspiro, uma flor e o ponto;
Acaba o poema, nada mais e... pronto!
...Só neste instante é que fico triste.”

 

 
 
(Fotos:- Ainda não tenho de Flores do Campo, mas escolhi estas, de ervas daninhas, que são odiadas nos jardins. Eu, no entanto, vejo-as lindas e aproveito (até a próxima visita do jardineiro) para dispensar a elas o mesmo carinho que entrego à mais exuberante rosa.)
DTL Gonçalves
Enviado por DTL Gonçalves em 02/01/2013
Reeditado em 15/01/2023
Código do texto: T4063594
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