Um dia Apenas
Um dia apenas!
Coração apertado, como se quisesse sair do peito.
Palpitar descompassado maltratado ignorado
Não foi assim ontem não será assim amanhã
Eu já não caibo em mim.
Mangueiras florescem mesmo assim o vento as açoita
Palavras escapam pelo vão da porta ganhando ruas mortas.
Coração bate contrafeito
Ilusões preceitos, preconceitos incontidos no leito.
Arco Iris sem matizes definidas, imperfeição de formas.
Porta entreaberta caminho sem ida rua deserta
Alusão a uma vida de alma incerta repleta de dúvidas.
O dia foi sem que percebesse sua partida, foi sorrateiro.
Esgueirando pela penumbra, foi-se noite adentro.
Coração não partiu, apequenou-se junto.
Despetalando como rosas de jardins esquecidos
varridas por lembranças de amores perdidos.
Sem que saiba ao certo sobre o deserto coração.
Sem que saiba nada de tudo que se formou.
Deixando para trás mar de saudade de lembrança
esquecido entre uma e outra dança se não foi por ela
senão por aquela que de tão pretendida esquecida.
Nos porões da alma cheios de ruas mortas transbordando decepções.
Ilusões mal vividas, um dia de rosas mortas para serem removidas.
Amantino Silva 07/07/2012