scarlate.

Escarlate

Nasci branca, cresci rosa, amei escarlate.

Me machuquei chumbo, me ergui amarela, caí negra no breu da canalhice.

Rodei o mundo, inconsequente, perdida e sem entender.

Nasceu na menina o brincar de roda, aprendeu depois a lição de casa.

Brotou na jovem a paixão amorosa, na mulher a dor sem prosa.

Vestiu sua ação confusa, lutou sua busca, escorregou na vida e dormiu sua recusa.

Inclusa na conquista, sem desistir do beijo, buscando abraços de verdade sem gosto de saudade.

Carregou a inocência sem pensar no indecente, no mentor do plano em fuga.

Em um palco gigante para o pequeno tamanho das canções, chegaram aplausos verdadeiros e cheios de emoções.

Não perguntem nada, não sei de nada, não quero entender nada.

O amigo me espera, me atende, me escuta, o canalha me conquista e faz de mim sua espera, sua ponte de travessia, seu porto-seguro de vida.

A mim, o desencanto da mentira, rodopia em minha alma, rebaixa meus desejos, consome meus sonhos e parte na vaidade.