Recordando
Porém sempre a Vida. Porém sempre,
Saio pelas manhãs
Esquecendo as chaves, as lembranças;
Mas ao dobrar uma esquina me surprendo
Tremendamente só,
Mas sempre sobrando um,
Mas sempre faltando um.
E essa é a vida igual e sem remédio.
Pela rua e pelas portas conhecidas
Pensando em ti, e a momentos esquecendo-te.
Quando volto de noite, já sem tempo,
Lembro-me do meu quarto, e de teu nome,
Sofro pelos companheiros em retiro,
Companheiros de escola, de protestos,
De chuvas, de lições e de passeatas.
E na estreita rua, e no vento
Que se deixa levar por uma mão,
E êsse pouco de alma que é música
Filtrada pela luz de uma janela.
Os homens, nada mais, sempre os homens,
A vida, nada mais, sempre a vida.
E compreendo os homens. E os amo
E compreendo a vida. Porém a amo.
2007/04/24