Boneca de Porcelana

Com pele branquinha, porém enrugada levemente,

Os anos quase não lhe passaram.

Aprendeu a driblá-los com maestria.

Sutilmente.

Com aquele sorriso no rosto.

Com aquele calor no coração.

Fez de seu viver doce deslizar dos anos.

Com direito a bailar sob a tristeza.

D’uma fé inabalável.

D’uma alegria cativa.

Fez sempre questão de estar ali, para quem precisasse.

Não hesitou nenhuma ajuda.

E doou pequeninos torrões de seu coração.

A fim de adocicar os seus.

Foi grande mulher, grande mãe e exemplo aos descendentes.

Delicada menina de cabelos brancos e olhos acastanhados.

Pele de pêssego sem qualquer creme a modificar.

Carregada de amor pela vida toda.

E com pequeninos segredos guardados pela vida.

Dona de uma paz de espírito sem tamanho.

E de um aconchego todo disputado.

Seu nome?

São tantos a lhe chamar, que já se esqueceu do de batismo.

Gosta mesmo de ser chamada por boneca.

E é como se sente.

Uma boneca de porcelana toda trabalhada na delicadeza d’alma.

Uma criatura cheia de luminosidade.

Que, ao invés de ofuscar, abraça e envolve que lhe “achegar”...

Menina com idade já lá na frente.

Com missão de vida cumprida.

E aguardando o grande amor de vidas vir buscá-la.

“Já, já ele chega!” – diz ela.

Vem com roupinha branca, feita de nuvem.

Para que continuemos nosso amor...

Doce princesa com sorriso tímido,

A boneca de porcelana é toda festa.

Afinal, não é todo dia em que se completa tantos anos.

Com a memória toda cheia de sonhos a enfeitar os cabelos.

Mesmo eles assim, branquinhos, feito algodão doce...

HELOISA ARMANNI
Enviado por HELOISA ARMANNI em 13/04/2014
Código do texto: T4767014
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