AMADA MÃE CANCERIANA
Amada Mãe Canceriana!
choro, por não tê-la comigo.
À guiar-me neste mundo.
À aconselhar me dos perigos
que os caminhos apontam.
Amada mãe!
Teu filho anda triste e só
entre as esquinas aguerridas
machucado na face pelo pó
sujo e feio de outras estradas.
O quão longe estará?
Os horizontes imperceptíveis,
as distâncias inatingíveis
para um homem e seu destino!
Amada Mãe Canceriana!
Sangra-me no peito:
A saudade inconsolável
dos tempos de criança
Pobre de mim - Ser imperfeito
em sucessíveis aventurâncias
Amada Mãe!
Só vejo sombras desfiguradas
sobre as passarelas tumultuadas
Só tenho sonhos desagradáveis
nessas noites frias e insensíveis.
O quão longe estará?
A felicidade que emanei de ti.
O convívio que surgiu de ti
junto aos irmãos do nosso lar.
Amada Mãe!
Reze à São João Batista por nós.
Teus filhos dispersos no mundo.
No silêncio da missão a cumprir.
Na jornada do dia a dia a descobrir.
Amada Mãe!
Um dia espero voltar para o teu seio
com o mesmo sorriso alegre nos lábios
e esquecer do sorrir amargo e feio
dessa gente de terras estranhas.
Amada Mãe!
Tu és minha realeza soberana
pois em ti me sinto mais a ti.
Coisa que não acontece por aqui
nessa cidade em que sou órfão.
Amada Mãe Canceriana!
Teu filho não te esquece jamais!
Guarde o meu amor em teu coração,
pois depois da guerra quero a paz
e a reunião de todos os irmãos.
Autor: Julimar Antônio Vianna
13/05/2007
* O poema "Amada Mãe Canceriana", foi escrito há muito tempo, quando eu morava fora de minha cidade. A mãe do texto, se refere a minha cidade, mas vale também para todas as mães que têm os seus filhos longe do seu lar. "Canceriana", é uma referência ao Zodíaco, pois o signo de câncer segundo os astrólogos, é considerado o mais maternal dos signos, e também devido ao fato do aniversário de minha cidade ser no mesmo mês deste signo. No texto faço menções ao padroeiro de minha cidade: São João Batista. O poema retrata uma saudade enorme que senti, quando me ausentei de minha cidade para estudar em outra cidade, bem como o choque cultural e afetivo sentido, pois estava longe de tudo: dos familiares, amigos, namorada
e etc. No texto coloco minha cidade como mãe, já que sou filho dela, por ter nascido em suas terras.