ROUPAS QUARANDO

Tantas vezes me pego devaneando

Vou ao encontro do passado

Voo até um tempo que se mantém guardado

Antonia estendia as roupas no gramado

Para quarar, branquear

Ela tinha braços fortes

Braços de lavadeira

Trabalhou a vida inteira

Por que a guardo?

Porque ficava impressionada com seu jeito de ser

Simples, bom

Era uma mulher de fibra

Tantos afazeres, vários filhos e uma vida difícil não a assustavam

Nem o tanque, nem as bacias

Seus filhos eram suas alegrias

Parece que a ainda a vejo estendendo as roupas

Parece que a vejo

Lagrimejo

SONIA DELSIN
Enviado por SONIA DELSIN em 23/08/2014
Código do texto: T4933728
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