MUNDO DE AREIA

Por mais que a vida me persegue,
continuo sendo, solitário tuaregue,
trago comigo, uma sorte tirana.
Alegria, nunca andou por perto,
sou e serei, caminheiro do deserto,
não escondo, sou da raça cigana.

Sou proibido, de ter uma moradia,
mas sou livre, posso gostar de poesia,
e nelas, eu moro numa choupana.
Trago na mente, uma lembrança,
que é dos meus tempos de criança,
e nesse caminho, não tem savana.

Preso nas grades dessa cadeia
não tenho rio, o meu mundo e de areia,
a saudade? É de uma cabocla serrana.
Andando, sobre um sol escaldante,
sou e serei, um eterno viajante,
um poeta, que a natureza engana.


 
GIL DE OLIVE
Enviado por GIL DE OLIVE em 18/01/2015
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