TARDES IMEMORIAIS
Lembro-me das tardes de calor,
Quando me deitava no lençol de trapos,
Com gosto de frango assado e macarrão na boca.
Lembro-me das toneladas de luz,
Filtradas pela peneira do telhado,
Dos gatos ronronando.
Eram tardes dormentes,
Onde me deitava e esperava.
Esperava acordar daquele sonho.
Um sonho com cotraltos,
Risos etéreos,
Ameaças de castigos,
Mãos áperas e quentes;
Tão quentes quanto a própria tarde adormentada.
Lembro--me de acordar com a boca amarga,
As juntas doridas;
Mais uma voz em contralto,
O gibão negro insinuava-se.
Os gatos saíram à caça,
A contralto, agora, múrmura pianíssimo.
Penso ter acordado,
Mas permaneço adormecido.
Lembro-me das tardes de calor,
Quando me deitava no lençol de trapos,
Com gosto de frango assado e macarrão na boca.
Lembro-me das toneladas de luz,
Filtradas pela peneira do telhado,
Dos gatos ronronando.
Eram tardes dormentes,
Onde me deitava e esperava.
Esperava acordar daquele sonho.
Um sonho com cotraltos,
Risos etéreos,
Ameaças de castigos,
Mãos áperas e quentes;
Tão quentes quanto a própria tarde adormentada.
Lembro--me de acordar com a boca amarga,
As juntas doridas;
Mais uma voz em contralto,
O gibão negro insinuava-se.
Os gatos saíram à caça,
A contralto, agora, múrmura pianíssimo.
Penso ter acordado,
Mas permaneço adormecido.