SAUDADE ETERNA

Ainda penso que estou dormindo, e que tudo isso é um sonho ruim,

Ao acordar sei que te encontrarei sentada perto de minha cama assim,

E vou te abraçar tão forte e sentir toda a vida

Que sempre brilhava em teus olhos a chama da felicidade prometida,

E te ver almoçando com toda a nossa família,

E te ver beijando os teus lindos filhos todos os dias,

E depois a gente senta na calçada

E passaremos a tarde rindo por qualquer assunto ou piadas.

Por que você partiu desse jeito?

Por que você se foi tão cedo?

Sinto tanta falta de ouvir tua serena voz,

Sinto falta de teu sorriso, dos diálogos que havia entre nós;

Deus. Dói. Dói... Como a vida sem ti está insuportável.

A tristeza pousa em nossos ninhos e a dor é tão forte

Que mascaramos tudo como se não tivesse havido morte,

É mais fácil viver em completo estado de mentiras e de negação,

Todavia tu és, minha irmã, a minha luz nesse oceano de escuridão.

Fica, minha irmã, fica aqui. Não aceito te ver longe,

Não aceito esse silêncio torturante e triste

Que agora goteja em meus olhos para tudo o que existe.

Acorda, por favor acorda, e ao acordar meu anjinho,

Me desperta desse luto, dessa agonia com o afago de teu carinho,

Pois Te amamos tanto minha irmã e minha seiva de redenção;

Acorda, volta pra gente, e nos traz

A alegria contagiante e divina do teu coração.

Jamais vou me acostumar com a tua partida,

Pois ao ir embora tudo dentro de mim está partido, despedaçado!

Volta por favor, pois quero amanhecer eternamente ao teu lado,

Uma alma fraturada como a minha, não há prótese, nem consolações,

Nem frases que ressuscitem a ventura que havia em minhas emoções.

Sentindo uma saudade e uma dor que nada é capaz de iludir ou sanar:

Foste minha segunda mãe neste meu ser que não cessa de chorar.

Dá-me tua mão de novo minha irmã, ajuda-me a dormir e a sonhar;

Leva-me para caminhar por entre os bosques

E me narra histórias engraçadas e felizes. Não solta a minha mão,

Vamos acordar nossos pais e aos nossos demais irmãos,

Pois o sol frutuoso que emerge de teu espírito

Jamais abandonou o nosso eterno convívio;

Vem e me enlaça em teus braços minha linda irmã,

Pois não quero mais acordar e sentir que toda a vida é vã.

Não. Você não se foi, você só está dormindo, assim como eu,

E vamos acordar e assim como éramos crianças

Brinquemos no quintal de nossa velha casa com sorrisos e esperanças,

Vamos brincar e gargalhar tanto com os nossos irmãos, juntos, unidos,

Com toda aquela pureza e cumplicidade que sempre havia entre nós,

Pois nem a morte irá separar e aniquilar todo o nosso amor vivido.

Deus Meu, Deus meu, por que não te abandonaste a ti mesmo?

Trazei-me, ó Senhor, uma gota de orvalho para aliviar

Essa angústia e esse sofrimento que parecem querer nos enterrar

A cada segundo, a cada hora, a cada momento.

Senhor Deus meu, por que há tantas injustiças? Senhor Deus meu,

Levanta e redime aos filhos por quem tu, ó Jesus, amou e morreu!

OBS: Dedico esse simples poema a minha estupenda irmã, a qual precocemente faleceu no dia 14 de Novembro de 2015, aos 40 anos de idade.

SEMPRE TE AMAREMOS MEU ANJO, MEU RAIO DIVINO DE LUZ.

Gilliard Alves
Enviado por Gilliard Alves em 25/11/2015
Reeditado em 13/01/2016
Código do texto: T5460379
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