ADOLESCÊNCIA

Manhã, brilhava o sol. Mocinhas e mulheres,

Com as rodilhas e as latas d'água na cabeça,

Desfilavam em frente à casa da fazenda.

Eu ficava olhando à distância, mas, às vezes,

Vinha ver de perto, quando era a Margarida,

Dona de escultural corpo, espetacular!...

Dava-me súbito arrepio e vontade de olhar

Muito grande, quase do tamanho daquela

Inquietante bunda, mas não tão bonita.

Mais bonita que a natureza enamorada,

Essa criatura redonda, rebolante,

Vestida de chita molhada, bem colada,

Em alternado sobe e desce, alucinante...

Epicentro de terremoto caprichoso

Que ritmava tsunames...e a água a derramar...

E ela - a bunda - sorridente e bela, inundada...

Eu, ardendo, com vontade de me molhar,

Com a minha cabeça adolescente embundada!

Sobral (CE), 15 de março de 2016

Carlos Augusto Guimarães
Enviado por Carlos Augusto Guimarães em 15/03/2016
Reeditado em 30/03/2016
Código do texto: T5574672
Classificação de conteúdo: seguro