ADOLESCÊNCIA
Manhã, brilhava o sol. Mocinhas e mulheres,
Com as rodilhas e as latas d'água na cabeça,
Desfilavam em frente à casa da fazenda.
Eu ficava olhando à distância, mas, às vezes,
Vinha ver de perto, quando era a Margarida,
Dona de escultural corpo, espetacular!...
Dava-me súbito arrepio e vontade de olhar
Muito grande, quase do tamanho daquela
Inquietante bunda, mas não tão bonita.
Mais bonita que a natureza enamorada,
Essa criatura redonda, rebolante,
Vestida de chita molhada, bem colada,
Em alternado sobe e desce, alucinante...
Epicentro de terremoto caprichoso
Que ritmava tsunames...e a água a derramar...
E ela - a bunda - sorridente e bela, inundada...
Eu, ardendo, com vontade de me molhar,
Com a minha cabeça adolescente embundada!
Sobral (CE), 15 de março de 2016