REI DOS ANIMAIS.
REI DOS ANIMAIS.
Olhava seu corpo brilhante.
No reflexo da luz do anel.
A vida passava como os rios.
Sem fome, nem sede nem frio.
Ao longe o fura-bucho pescava.
Entre os lagos e rios.
Pele morena, cabelos da noite.
O tempo era tudo, e tudo era seu.
Vulcão de desejo no brilho e no breu.
De olhos brilhantes, na vida; plebeu.
De dia com suas sereias.
Dançando ao som de Orfeu.
Não era um urso, às vezes hibernava.
Nem era peixe, nem um tubarão.
Com camas de areias, e luar de estrelas.
Amava a vida como uma canção.
Moço da praia, jogando a teia.
Sentia o mundo correr pelas veias.
Aéreo e triste, o moço ficava.
Sentindo no tempo, os vários sinais.
Moço da terra aranha e rede.
Olhava seu rosto por sobre cristais.
E a vida passando como passam os rios.
Vivia a tristeza o belo e o cio.
Moço da terra...
Rei dos animais...