REI DOS ANIMAIS.

REI DOS ANIMAIS.

Olhava seu corpo brilhante.

No reflexo da luz do anel.

A vida passava como os rios.

Sem fome, nem sede nem frio.

Ao longe o fura-bucho pescava.

Entre os lagos e rios.

Pele morena, cabelos da noite.

O tempo era tudo, e tudo era seu.

Vulcão de desejo no brilho e no breu.

De olhos brilhantes, na vida; plebeu.

De dia com suas sereias.

Dançando ao som de Orfeu.

Não era um urso, às vezes hibernava.

Nem era peixe, nem um tubarão.

Com camas de areias, e luar de estrelas.

Amava a vida como uma canção.

Moço da praia, jogando a teia.

Sentia o mundo correr pelas veias.

Aéreo e triste, o moço ficava.

Sentindo no tempo, os vários sinais.

Moço da terra aranha e rede.

Olhava seu rosto por sobre cristais.

E a vida passando como passam os rios.

Vivia a tristeza o belo e o cio.

Moço da terra...

Rei dos animais...

Honorato Falcon
Enviado por Honorato Falcon em 11/07/2007
Reeditado em 05/07/2011
Código do texto: T560433