O menino e o homem

Depressa, acordei o mundo!

Gosto de estar nas histórias em quadrinho,

dormir sob as lembranças das fábulas que ouvia na infância,

mas um algoz me acorda para a vida real

e nem Papai Noel me sobra:

hora de ir à escola e desaprender as coisas da vida.

Quase sempre passa esse filme comprido em minha mente,

sacoleja o passado, acorda a gente,

e mostra que nem só de prazer vivem os sentimentos.

Prefiro continuar olhando para o firmamento

e vendo duas luas: a que enxergo e a outra que sinto.

Sou um romântico em tudo o que faço,

embora me embarace na hora de executar o que o coração

redigiu com tanto amor,

e por isso erro desencantado.

Quando eu crescer quero ser um poeta,

esse ser que mesmo triste, cria a festa

engastada em milhares de versos desinibidos,

que só mesmo o coração sabe a timidez que os fez parir

na hora de fugir da vida, a que possui apenas um sol,

a que não acredita em papai Noel

e que não me deixa mais dormir como um anjo de criança.