Noites de chuvas

Olho pra outrora

E volto à minha infância

Tempos difíceis com certeza

Mas época saudosa e calorosa

Algo que vejo

Que quanto mais atribulados somos

Mais a união se faz presente

E nos tornamos vencedores

O barraco de três comôdos

Velho e desbotado

Piso de cimento grosso

Teto de telha

Época de muita carência

Faltava o pão

Faltava o agasalho

Mas não faltava o amor

Lembro da nossa cama de sapé

Éramos três irmãos

Que dormiam na mesma cama

Pouco conforto, muito calor humano

Nas noites chuvosas

Como eu me deliciava

Ouvindo a chuva que batia no telhado

Do orvalho que caia em minha face

Do corisco que batia na parede

O barulho das goteiras

O frescor da chuva que inundava o ambiente

As águas caindo no quintal

A beleza da vida não consiste

No luxo e na ostentação

Mas da sensibilidade de observar o prazer

Na simplicidade das coisas

Quando eu era menino

Sonhava incessantemente com a felicidade

E jamais tinha me tocado

Que eu era feliz e não sabia.

Simplesmente Gilson
Enviado por Simplesmente Gilson em 05/07/2016
Reeditado em 27/07/2020
Código do texto: T5687828
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