Brotogeris Tirica

Justo não é, ver um mundo em grades

pra aquele que desfila o verde

acorda com um canto, o claro se torna dia

meus pijamas de lado, os dentes não escovados

corria, descia os degraus

com o globo ocular preto, ali por toda fé

surgia um elo que eu batia o pé

Lhe beijava com uma ligação fortuna

que posicionava em baixo, todas do colegial

o alpiste era o teu cheiro

com respingo da maça que nós vigiávamos

pra não fugir do vermelho

Hoje penso, foste mais revolucionário

do que qualquer babaca bagunceiro

que se exibe revolucionário por machucar

os joelhos em cima de uma tábua de madeira

local estacionamento de um galpão de alimentos cujo o tema

é o supermercado da economia

Ante todo o conforto, dos meus braços

das tuas frutas cortadas, das tuas sementes de girassol

da segurança das palmas da minha mão

eu menino, abro a grade, a maldita grade

que nos angustiava

eu clamando por um amigo, você por liberdade

uma bomba atômica de reações

Choro, berro e volto pros meus velhos amigos azulejos

clamando por meu companheiro

lágrimas relativas a choro de um fracasso de primeiro amor

por outro lado

a liberdade, do ostracismo das vontades dos homens

Douglas De Carvalho
Enviado por Douglas De Carvalho em 16/08/2016
Reeditado em 16/08/2016
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