A Máquina do Tempo

Ali pousada em minha sala,

Imóvel, silenciosa, desligada,

A tão sonhada Máquina do Tempo.

Removida a cobertura

Que escondia os seus mistérios,

Tem início uma aventura

Em forma de um sonho lento.

Imagens paradas,

Coloridas, desbotadas,

Podem ser vistas lá dentro.

Vejo amigos, parentes, lugares,

As farras, as festas, os bares,

A primeira namorada

Com o rosto que amei um dia.

E ao seu lado, abobalhado,

Um clone meu, tu dirias.

Até meu pai, falecido,

Com seu rosto comprido,

Seu riso tímido e franco,

E o velho chapéu de massa.

Vejo o cigarro, vejo a fumaça

Que sobe em espirais,

E suas pernas compridas

De quem andou toda vida

Por selvas, caatingas e manguezais.

Todas estas coisas

Em delírio imaginei.

Apenas sonhos e fantasias...

Nem máquina, nem viagem,

Nem vertigem.

Só minha vida em reprise

Num álbum de fotografias.

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Estou postando novamente este poema por ser um dos que mais gosto

e também porque quase ninguém viu por ocasião da primeira postagem.

Jota Garcia
Enviado por Jota Garcia em 18/08/2016
Reeditado em 18/08/2016
Código do texto: T5732235
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