Cheirinho de feijão

Corria depressa, menino com fome

Corria sem reta, menino homem

Corria para a cozinha, menino de sorte

Corria com a farinha, menino forte

Sentia o cheiro da vitória, menino orgulhoso

Sentia o cheiro da vida. Muito saboroso

Sentia a fumaça querida. Esplendoroso

Sentia abraço de sua avó. Carinhoso

Mulher com a mão boa. Que coração

Mulher que cozinha feijão. Que perdição

Na região não havia melhor. Sem pretensão

Aquele feijão era seu amigo. E que amigão

Comia como se não houvesse amanhã. Pra que pensar no futuro?

Comia como se não houvesse limite. Que tamanho era aquela barriga?

Comia olhando sua doce vó. O amor mais puro do mundo.

Sentia o cheiro daquele feijão com alegria.

O cheiro que sempre perfumou sua vida.

Geovani Nogueira
Enviado por Geovani Nogueira em 13/10/2016
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