O Voo da Gaivota
A gaivota se preparou para partir.
Foi-se, voou...
No entanto, se esqueceu que
Ficou.
Ela quis voar rumo às águas do Mar,
E lá construir o seu novo ninho.
Assim, buscou outro caminho...
Voou, a fim de o seu sonho realizar.
A gaivota se foi... Voou, chegou até as águas do mar.
Realizou o seu grande sonho.
Pairou entregando-se ao vento da sua felicidade,
Cantando assim, a sua liberdade.
A gaivota se foi, voou...
Contudo, esqueceu-se que ficou.
Porquanto, o seu canto a beira do lago,
Eternizou.
E mesmo distante, habitando na imensidão do mar,
Do seu amar,
Ainda se pode ouvir a gaivota a cantar...
Com o seu canto que fala e não se cala,
Que ouve e se faz perceber,
Um canto que sorri e a faz sofrer.
Por vezes o brilho do seu olhar cruza o mar,
E de lá, do modesto lago, pode-se contemplar,
Aquele olhar, ora alegre ora triste,
Se expressando, com seus risos e cantos,
Chorando a sua felicidade.
Assim, a gaivota quis partir, preparou-se, voou...
Todavia esqueceu-se que no ninho a beira do lago,
Lugar impossível de não ser lembrado,
O seu canto lá ficou.